ARTE

A noção de arte diz respeito às criações do homem que expressam a sua visão sensível do mundo, seja real ou imaginário, através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros. A arte nasceu com uma função ritual ou mágica e foi evoluindo até se tornar uma questão estética e, inclusive, recreativa.

Do latim visuālis, visual diz -se daquilo que pertence ou que é relativo à visão. Este termo está relacionado com o sentido que permite detectar e interpretar a luz e a capacidade própria que têm o ser humano e os animais de ver graças aos seus sistemas naturais.

 

Entende-se por arte visual a criação de obras que se apreciam fundamentalmente pela vista, como é o caso da pintura, da fotografia ou do cinema (embora esta arte também inclua o som). As obras em três dimensões, como as esculturas, costumam estar incluídas no grupo das artes plásticas.

 

É importante destacar que várias disciplinas podem fazer parte da arte visual e de outros ramos artísticos. O conceito de arte visual surgiu depois da Segunda Guerra Mundial para evocar as artes que implicam uma percepção visual. A pintura (que se pode apreciar pelos pigmentos aplicados sobre uma superfície) e a fotografia (a gravação de padrões de luz num meio sensível) são, aliás, dois dos máximos expoentes deste tipo de arte.

 

A composição da arte visual desenvolve-se atendendo a diversas questões, como a relação entre a figura e o fundo (para incidir na percepção do que é visto), o contorno, o agrupamento dos elementos (por proximidade, continuidade ou semelhança) e a pregnância.

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                                   HOLISTICA

A holística pertence e refere-se ao holismo, que é uma tendência ou corrente que analisa os fenómenos do ponto de vista das múltiplas interações que os caracterizam. O holismo considera que todas as propriedades de um sistema não podem ser determinadas ou explicadas como a soma das suas componentes. Por outras palavras, o holismo considera que o sistema completo se comporta de um modo diferente da soma das suas partes.

Desta forma, o holismo ressalva a importância do todo como algo que transcende à soma das partes, destacando a importância da interdependência destas. Cabe mencionar que o holos (um termo grego que significa “todo” ou “inteiro”) alude a contextos e complexidades que se relacionam entre si, pelo facto de ser dinâmico.

Na abordagem holística, o todo e cada uma das partes encontram-se ligados com interacções constantes. Como tal, cada acontecimento está relacionado com outros acontecimentos, os quais produzem entre si novas relações e fenómenos num processo que compromete o todo.

A percepção dos processos e das situações deve ter lugar com base no próprio holos, já que, na sequência do seu dinamismo, surge uma nova sinergia, ocorrem novas relações e assiste-se a novos acontecimentos. Portanto, o todo é determinante, inclusive se tal reconhecimento não impedir que seja analisado cada caso em particular.

A perspectiva holística implica uma superação dos paradigmas para propiciar a figura do sintagma, vista como uma integração de paradigmas. Uma atitude sintagmática supõe a convergência de diversas perspectivas, o que só é possível com critérios holísticos.

 

 

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Prefácio de Pierre Weil ao livro de Roberto Crema...

INTRODUÇÃO À VISÃO HOLÍSTICA Breve relato de viagem do velho ao novo paradigma

 

Escrever um prefácio consiste, (...) geralmente, em subscrever o conteúdo do livro e dar um aval de que o autor é fidedigno e a obra vale a pena ser lida. Eu (...) posso afirmar a respeito de Roberto Crema, que há vários anos trabalha (...) para a divulgação da visão e da abordagem holística. Ele bem sabe que essa é uma contribuição das mais válidas e profundas que se pode oferecer para a conservação da vida no nosso planeta, pois é uma perspectiva integrativa de todos os aspectos construtivos e colaborações preciosas provenientes da ciência, da filosofia, da arte e da tradição espiritual. 

 

Embora reconheçamos a emergência de um novo paradigma ainda a ser assimilado na sua definição e proposta pelo mundo contemporâneo, jamais podemos fazer uma negação do antigo paradigma, que tem dado as suas provas de eficácia e de acerto no mundo da macrofísica que vivenciamos no estado de consciência de vigília. A abordagem holística não é também uma mistura, um coquetel de várias disciplinas, como de hinduísmo e física quântica. (...)

Não se trata também de uma nova “corrente” filosófica ou religiosa, ou, ainda, de uma nova ciência opondo-se à antiga. Holística é a cena na qual as correntes já existentes podem encontrar-se na busca de soluções criativas para os problemas específicos da nossa época, levando em conta a experiência do passado. (...)

 

As objeções provêm de duas áreas principais: de um lado, o setor conservador da ciência, que defende o antigo paradigma por meio de ortodoxias que se extinguem, como assinalou Thomas Kuhn, apenas com o desaparecimento dos seus protagonistas. Estes geralmente imaginam que o novo paradigma holístico vai contra as especializações e sentem-se ameaçados na sua existência como cientistas. A abordagem holística exige a abertura de espírito dos especialistas para outras áreas vizinhas ou distantes, a dissolução das tendências reducionistas e, sobretudo, a adoção de uma ética natural (...)

 

De outro lado, há os extremistas do novo paradigma, que querem rejeitar o passado em bloco. O conceito de “todo” pode levar facilmente a totalitarismos quando exclusivamente enfatizado. (...) É a queda num certo reducionismo “alternativo”, palavra muitas mal interpretada que, na origem, significava “alternativa à destruição”.

 

O presente livro constitui uma sinopse das ideias essenciais sobre a holística tal como atualmente se apresenta. (...) A palavra “holística” é preciosa e corresponde a uma necessidade real. Usamos “holo” como prefixo para evitar uma projeção antropomórfica e a reificação1  do aspecto “autoscópico”2, ou de autopoiese3 do Ser. “Auto” implica a ideia de uma pessoa ou indivíduo que conhece a si mesmo ou cria sua própria forma ou estrutura. O gênio de Smuts, no início do século 20, foi o de apontar para esta força modeladora do Ser por ele denominada holismo. Hoje, fala-se nos campos morfogenéticos de Sheldrake e teorias científicas de ponta, em particular a nova ciência da cognição, insistem nessa visão holística de autopoiese sucessiva na cosmogênese, na biogênese, na filogênese e na ontogênese, como é o caso dos estudos de H. R. Maturana e de Francisco Varela.

 

O termo “holopoieses” responde à necessidade de definir a tendência do “todo” formando-se em cada uma das suas “partes”. Pode ser que o termo “holístico” se deteriore pelas diversos mal -entendidos e explorações que possa provocar nos despreparados. Como o seu significado foge a qualquer conceito conhecido, ele gera uma reação parecida à repulsão que provocam as substâncias viscosas em certas pessoas, por não se enquadrarem em nenhuma classificação: nem líquido, nem sólido, elas são, ao mesmo tempo, líquido e sólido. Mas não esqueçamos que o sangue que corre nas nossas veias e faz circular a vida e o esperma que carregou a metade do potencial do que somos hoje tem essa mesma característica.

 

Holística refere-se a no man’s land difícil de manejar, pois implica também uma vivência sui generis: a vivência transpessoal. A visão holística não pode ser meramente intelectual. Por essas razões, todos os esforços sérios visando precisar os conceitos e clarear o significado do holístico devem ser encorajados. Foi assim que aceitei este convite, além da amizade que nutro por Roberto Crema e sua companheira Mércia, desde o memorável Congresso Holístico Internacional, ocorrido em Brasília, cujos riscos ambos assumiram com confiança e audácia. O presente livro é, em grande parte, uma excelente síntese dos principais pronunciamentos e contribuições realizados por ocasião desse evento.

                                                                                                                                                                                                  Pierre Weil

 

1.

FILOSOFIA

segundo Georg Lukács 1885-1971, alargando e enriquecendo um conceito de Karl Marx 1818-1883, processo histórico inerente às sociedades capitalistas, caracterizado por uma transformação experimentada pela atividade produtiva, pelas relações sociais e pela própria subjetividade humana, sujeitadas e identificadas cada vez mais ao caráter inanimado, quantitativo e automático dos objetos ou mercadorias circulantes no mercado.

 

2.

AUTOSCOPIA

A palavra "autoscopia" é composta pelos termos "auto" e "scopia". O primeiro trata de uma ação realizada pelo próprio sujeito e o segundo refere-se a escopo (do grego skoppós e latim scopu), que quer dizer objetivo, finalidade, meta, alvo ou mira. A ideia de autoscopia diz respeito, portanto, a uma ação de objetivar-se, na qual o eu se analisa em torno de uma finalidade.

 

3.

AUTOPOIESE

Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto "próprio", poiesis "criação") é um termo criado na década de 1970 pelos biólogos e filósofos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana para designar a capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios. Foi empregada, inicialmente, para designar os elementos característicos de um sistema vivo e sua estrutura. As pesquisas sobre tal objeto de estudo apontaram uma definição de vida como sendo a autonomia e a constância de uma determinada organização,